Lineu, Tuco, Bebel, Agostinho e todos os agregados de “A grande família” não acreditariam se só ouvissem falar. Mas eles e o Brasil todo estão vendo: a matriarca zelosa e carinhosa do lar dos Silva se transformou numa cafetina, uma mulher sem escrúpulos, que explora sexualmente garotinhas para se dar bem na vida. Pode parecer doloroso, mas é surpreendente e, por isso, dá gosto de assistir: Dona Nenê morreu para dar lugar a Fanny Richard, a dona da agência de modelos de “Verdades secretas”.
— Minha missão interior era essa: fazer com que as pessoas se esquecessem da Nenê quando me vissem em cena. Nem eu tinha consciência de como estava impregnada por ela, na maneira de falar, no gestual, nos pensamentos e sentimentos — confirma Marieta Severo, a atriz por trás dos dois papéis: — Fiz um trabalho meticuloso, no sentido de me afastar. Tive essa sorte enorme de ser chamada para uma personagem que me levasse para outro lugar, e fui. Não aceitaria fazer outra dona de casa, boa índole, que preparasse um cozido delicioso! Até porque, na cabeça do público, as coisas se confundem. E eu, como atriz, nunca me senti atraída por estender algo que deu certo. Não tem graça!
De herança, Nenê deixou para Marieta a aliança de casamento (“Fiquei com ela, de recordação. Mas não é de ouro, hein?”, avisa). Da jarra de suco em formato de abacaxi, que virou sensação no seriado, ela também mantém um exemplar em sua casa na Gávea, Zona Sul do Rio. E o espaço que lhe cabia no latifúndio do Projac ainda é o mesmo:
— Coincidentemente, gravo no mesmo estúdio F e uso o mesmo camarim da Nenê. No começo, ficava mexida, achava que Bebel, Agostinho, Lineu... estavam todos pairando por ali
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