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domingo, 23 de abril de 2017

Maria Fernanda Cândido posa com maquiagem zero e conta: ‘Minha mãe pede para eu passar batom’



Atriz vê com serenidade a passagem do tempo e se recusa a fazer planos para a vida dos filhos
Atriz vê com serenidade a passagem do tempo e se recusa a fazer planos para a vida dos filhos Foto: Ana Branco


Maria Fernanda Cândido posa com maquiagem zero e conta: ‘Minha mãe pede para eu passar batom’

Maria Fernanda Cândido posa com maquiagem zero e conta: ‘Minha mãe pede para eu passar batom’

Marcelle Carvalho
O cabelo solto emoldura o rosto perfeito de Maria Fernanda Cândido. Seus belos olhos verdes provam que não precisam estar maquiados para serem expressivos. Já os são por natureza. Aliás, toda a beleza da atriz ressalta mesmo sem um pingo de maquiagem. E, por incrível que pareça, é assim, de cara lavada e com uma roupa bem básica, que a atriz eleita a mulher mais bonita do século, no início dos anos 2000 — em votação popular no “Fantástico” —, prefere estar. Uma situação impensável para a Joyce de “A força do querer”, que, diferentemente de sua intérprete, nunca enfrentaria uma sessão de fotos como esta proposta pela Canal Extra: não valia nem protetor solar com cor.
— Não sou desleixada, sou uma pessoa com uma dose mínima necessária de vaidade. Mas muuuito mínima mesmo (risos). Minha vaidade está mais ligada ao bem-estar. Tanto que gosto de fazer a unha porque está associada à limpeza, nem é necessário pintar — afirma Maria Fernanda, de 42 anos.
O despojamento da atriz não é da boca para fora. Incomodada por fotografar sentada no chão com a saia que vestia, a ex-modelo, então, verbaliza que queria um jeans emprestado e aceita prontamente quando a repórter oferece a peça que estava usando. “Ai, bem melhor!”, diz a bela, cuja atitude deixaria Joyce de cabelo em pé!
Muito ligada à aparência, a personagem não é a única que reprovaria o estilo básico da atriz. Maria Fernanda conta, rindo, que sua mãe, Agda, frustrava-se com seu jeito “pouco arrumado”.
‘As crianças sabem o que é homossexualidade, sabem o que é um trans. Não é um tabu’, diz a atriz
‘As crianças sabem o que é homossexualidade, sabem o que é um trans. Não é um tabu’, diz a atriz Foto: Ana Branco
— Sempre fui muito clean, então, minha mãe ficava para morrer. Ela dizia: “Minha filha, passa um batonzinho, um rímel” ou “Pelo amor de Deus, como é que você vai sair assim sem maquiagem?”. Ela sofre comigo, porque até hoje é assim: ainda pede para eu passar um batom — diverte-se a artista, que começa a revirar a bolsa à procura do apetrecho para provar que tem um: — Ai, só falta eu não encontrar... Achei! Mas olha a cor... É menos que nude, só um brilhinho (nesse momento, ela passa o batom). Então, deu diferença? É isso, está bem lá no fundo, mas está aí. Maria Fernanda conta que o peso de corresponder às expectativas da mãe ficou mais leve quando a irmã, Karina, cinco anos mais nova que ela, revelou ser o seu oposto:
— Ela se arruma, combina roupa com bolsa, faz o look do dia, sabe? Então, pelo menos ela teve minha irmã para suprir isso. Karina é superproduzida, superbonita.
De uma certa forma, a ficção imitou um pouco a vida. Em “A força do querer”, Joyce se sente incomodada por não ver na filha, Ivana (Carol Duarte), a imagem da mulher vaidosa e estilosa que ela sonhou para a jovem. Isso desencadeia uma crise na relação das duas.
— O problema de Joyce é que ela não consegue desapegar daquilo que planejou para a filha. Acha que Ivana vai sofrer da maneira que é, não vai arranjar um namorado, não vai se casar, será excluída do grupo social... Minha personagem acredita que a garota só vai ser feliz sendo do jeito que ela idealizou. Acho que essa situação é algo que acontece na vida de muitas pessoas. Porque pai e mãe se projetam nos filhos, que, às vezes, podem até corresponder, mas na maioria dos casos não é assim que funciona — analisa.
Com o marido, o empresário francês Petrit Spahija, e os filhos, Thomas, de 11 anos, e Nicolas, de 8
Com o marido, o empresário francês Petrit Spahija, e os filhos, Thomas, de 11 anos, e Nicolas, de 8 Foto: Reprodução/Instagram
Mãe de Thomas, de 11 anos, e Nicolas, de 8, do casamento com o empresário francês Petrit Spahija, a bela diz não arquitetar tanto o futuro dos pequenos.
— Sou uma mãe normal, que quer acertar muito, mas que erra demais também. Gosto da maternidade, de criar, de educar, de estar com eles, amo muito esse exercício. Torço muito para que encontrem um caminho que os faça felizes, que passem pela experiência da vida de maneira intensa.
A tranquilidade na relação com os filhos na vida real deixaria Joyce com uma baita inveja. Afinal, a situação com Ivana promete se agravar ainda mais, já que a garota não consegue se reconhecer como mulher. A questão da transexualidade será levantada na trama pela família. De volta a uma novela inteira depois de dez anos (a última foi “Paraíso tropical”), a atriz acha válida tamanha discussão.
— É bastante positivo. À medida que a história consegue levantar um debate junto com a sociedade, é bom para todos nós. E essa questão tem que ser mesmo conversada — constata a artista, explicando que, neste momento da novela, Joyce passa a criar hipóteses para o comportamento de Ivana:
— Ela está com medo de a filha ser lésbica, desse desleixo da menina ser sinal de depressão ou revolta com a mãe. A situação de não saber o que está acontecendo com a garota é muito angustiante para ela. Sobre a questão da transexualidade, não sei como Joyce reagirá. Mas posso dizer que vai ser bem difícil.
Maria Fernanda, entretanto, prefere não se misturar com a ficção e acha complicado supor o que faria se vivesse tal situação em casa.
— Não imagino, por isso, prefiro não dizer. Porque seriam palavras, não dá para fazer esse exercício de imaginação — declara.
Mas a atriz afirma que os filhos não vão ficar deslocados caso acompanhem na TV os conflitos de sua personagem.
— As crianças sabem o que é homossexualidade, sabem o que é um trans. Podem não entender profundamente, mas já ouviram falar, não é um tabu. Hoje é diferente. Muitas vezes você vai tentar explicar alguma coisa para o seu filho e ele dispara: “Ai, mãe, já sei”. O acesso que as crianças têm à informação é diferente do que a gente tinha. Eu fazia pesquisa na Enciclopédia Barsa (risos). Hoje, tem o Google. É outra geração, outra cabeça... — analisa.
‘Fui muito clean, então, minha mãe ficava para morrer’, conta Maria Fernanda
‘Fui muito clean, então, minha mãe ficava para morrer’, conta Maria Fernanda Foto: Ana Branco
Joyce vem para matar a saudade que o telespectador sentia de Maria Fernanda, que apareceu para o grande público há duas décadas, na abertura da novela “A indomada”. Dois anos depois, ela brilhava como a Paolla de “Terra nostra”, fincando o pé de vez na bem-sucedida carreira, que contabiliza 17 trabalhos na TV, entre novelas, séries e minisséries, além da apresentação de três programas. Suave, a atriz deixa a memória vagar e relembra quem ela era há 20 anos. A conclusão é de que, internamente, pouca coisa mudou.
— Eu era uma pessoa inquieta, questionadora e continuo muito assim. Tenho um pouco essa maneira de viver. Claro que incorporei na bagagem a experiência que vivi nesse tempo. Me casei, tenho meus filhos... Mas minha postura diante da existência é bastante parecida com a de quando eu tinha 20 e poucos anos — pondera.
Aliás, o tempo parece não ter passado mesmo para Maria Fernanda, que com seus mais de 40 anos, está deixando no chinelo muitas jovens. Sossegada, a paranaense, que nunca fez retoque algum (“Não fiz plástica, também não tenho vontade de fazer”) garante não ter receio de envelhecer.
— Gosto de ver a passagem do tempo. Caetano (Veloso) já resumiu na música “Oração ao tempo”: “Tempo, tempo, tempo és o mais lindo dos deuses”. A gente tem que aceitar, faz parte. E ela pode ser muito bonita. Admiro o que vejo no espelho — diz Maria Fernanda, que leva para o casamento de 12 anos com Petrit a serenidade com que rege sua vida:

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